17 de jul. de 2016

Ame.

Ame.
Ainda que sozinho.
Ainda que sozinho por anos.
Ainda que sozinho por anos que nunca virão
ou pelos que foram um dia eternos,
ame
mesmo.
Mesmo que em mudez platônica.
Mesmo que contraia a alma nudez crônica.
Mesmo que em dor perene sem cura,
coração sadio em loucura,
ame
a esmo
(não ao acaso, porém, nem por
esmola por amado ser).
Ame o quanto viver.
Ame enquanto puder.
Ame por tanto querer.
Ame entre tanto morrer.

Assim, quando o anseio então pousar enfim
no corpo-solo onde se espera raiz,
já terá você o amor de fim feliz por
já crer você no amar a quem deseja que

ame.


Mergulhão